Estrada Nacional 2 - A Viagem
Penafiel - Chaves - Santa Comba Dão (349 KM)
Bem cedo, no dia de aniversário do Tiago, arrancamos de Penafiel em direção ao quilómetro 0 - Chaves.
As paragens obrigatórias, foram o Kilometro Zero, aproveitando para tomar o pequeno-almoço, e o Templo N2 onde colamos o nosso primeiro autocolante da viagem e compramos um para colar na nossa top case.
No Templo N2 fomos abordados pela primeira vez por um casal (João e Cátia) que nos têm seguido nas redes sociais, trocando logo planos de paragens e expetativas da viagem.
Depois de trocadas impressões, arracamos em direção marco 0, para a fotografia da praxe.
A manhã começou bem ou não fosse o norte de Portugal cheio de serras e boas curvas. O Douro Vinhateiro proporcionou-nos as fantásticas vistas que já estamos habituados e que nos "obriga" a parar para respirar aquele ar puro.
Os planos começaram a falhar (ou a melhorar), quando reparamos que perto das 14h ainda estavamos na Régua (ai Douro, Douro) e queríamos ter almoçado em Lamego. Na Régua, como já é tradição, elegemos o restaurante - O Maleiro (já vos falamos noutros post) para a pausa de almoço.
Arrancamos de almoço decididos a recuperar o tempo e tentar visitar o que tínhamos planeado e começamos por parar em Lamego.
Até Viseu a viagem foi tranquila, mas aqui sentimos alguma dificuldade pois a sinalização não é muito intuitiva para quem percorre a EN2, que juntando ao facto de termos ficado sem bateria no nosso GPS torna as coisas um pouco mais difíceis.
Eram cerca de 18h00 quando chegamos a Santa Comba Dão. A querida Ana, estava á nossa espera quando chegamos á "Casa Dionísio" das "Casas com Estória". Encantados pelo aconchego do alojamento, ouvimos-la atentamente contar que o pequeno recinto onde estavamos foi recuperado e as casas que disponibilizam a turistas, foram remodelas de forma a que a história dos últimos donos se mantenha, dando-lhe o nome do propriétario e deixando objetos de forma decorativa pela casa. A Casa Dionisio, fora recuperada de um senhor que todos os dias percorria a nacional 2 de bicicleta, para ir trabalhar.
Para o jantar, visto estarmos bastante cansados deste primeiro dia, ficamos pela zona e aproveitamos para passear a pé e conhecer.
Dia 2 | 17/08/2019 (359 KM)
Santa Com Dão - Torrão
Melindrados pelas dores de dentes que o Tiago sofreu durante a noite e após uma boa ponderação, decidimos continuar.
Arrancámos cedo e enfrentámos logo uma das partes em que a EN2 nos obriga a desviar para o IP3. A construção de uma barragem fez com que cerca de 2 km da EN2 ficassem submersos.
Depois de ultrapassada esta zona em que foi preciso mais atenção ao caminho que percorríamos, a estrada até Góis foi uma verdadeira diversão.
A uns 40 km de Góis começamos a encontrar companheiros de viagem que seguiam na mesma direção e acabámos por nos juntar a um grupo com umas 30 motas desfilando até à concentração.
Para o segundo dia, tinhamos planeado, almoçar em Abrantes, mas temos que vos confessar que a concentração de Góis nos enlouqueceu... Nunca tínhamos visto tantas e diversas motas juntas. A energia que sentimos, fez-nos prometer que para o ano temos que participar.
Lá encontramos o Filipe Januário na sua BMW 1200 GS (Patrão do Tiago) e os 10 minutos que tinhamos pensado em parar para descansar transformaram-se em mais de uma hora de conversas e risadas a ouvir o Filipe a contar as histórias que lá viveu desde que chegou á concentração.
Já tarde e a uns kms do objetivo, parámos em Pedrógão Grande para almoço. Embora fosse sábado, encontramos uma vila muito tranquila e silenciosa.
Para a tarde os planos eram parar em Vila de Rei, no centro geodésico de Portugal e depois aproveitar e apreciar a entrada no Alentejo para dormir no Torrão.
Ora, começam aqui as coincidências. Chegados ao centro de Portugal, fomos novamente abordados por um casal (André e Patrícia) que percorria a EN2 nos mesmos dias que nós e que inclusivé ficou no primeiro dia em Santa Comba Dão. Um bocadinho de conversa e descobrimos que íamos dormir ao mesmo alojamento no Torrão.
Depois de nos rirmos da situação e decidirmos arrancar para a tarde (com a promessa de encontrar o André e a Patrícia à noite para uma conversa com mais calma) somos surpreendidos pelo João e a Cátia (o casal do KM0) a passar por nós.
O resto da tarde foi passada a aproveitar a estrada, a parar nas localidades que achamos serem interessantes para o tempo limitado que tínhamos.
No Torrão, ficamos alojados no Route 2 onde fomos recebidos com toda a simpatia pelo Sr. Duarte, que nos facultou a sua garagem pessoal para guardar a mota (ufa).
Em conversa partilhamos a coincidência do encontro com o André e a Patrícia e quando estamos a regressar ao alojamento, quem encontramos para nossa surpresa? O João e a Cátia 😂, sim o casal do Km0.
Ora o destino estava a juntar-nos e já não nos separamos mais. Fomos jantar juntos e entretanto chegaram o André e a Patrícia que estavam um pouco atrasados em relação a nós.
O jantar foi no TORDO, onde o Sr. José Alves com toda a sua amabilidade nos ofereceu um autocolante do estabelecimento e ainda nos deixou colar o nosso na sua porta-
Como terminar ainda melhor este dia? Fomos informados pelo Sr. José, que era dia de festa em Torrão e esse foi o nosso destino.
Dia 3 | 18/08/2019 (170 KM até Faro + 200 até Alcácel do Sal)
Torrão - Faro - Alcacér do Sal
Depois da grande noitada do dia anterior, onde distraídos com as horas voltamos para casa por volta das 03:00h, não nos deixamos vencer pelo cansaço e arrancamos cedo. O André e a Patrícia decidiram descansar até mais tarde, enquanto nós, o João e a Cátia voltamos à estrada por volta das 10:00h.
O objetivo era comum, chegar a Faro antes do almoço.
Esta zona da EN2 para nós foi a mais aborrecida. Gostamos muito das retas que nos ofereceu mas ao fim de mais de uma centena de quilómetros começou a ser o principal motivo de cansaço do último dia.
Para compensar, passar a Serra do Caldeirão foi uma LUFADA de ar fresco.
Chegamos a Faro por volta das 13:30h ao mesmo tempo que o grupo dos Vaza Pipas. Depois de meia hora louca de fotografias onde eramos constantemente abordados por quem passava a informar que a EN2 não terminava alí e lá seguimos para os 500 metros que faltavam.
Os Vaza Pipas, rapidamente se ofereceram para nos escoltar até lá, uma vez que estes últimos 500 metros podem ser traiçoeiros (temos que desviar da EN2 e chegar ao km 738,5 por uma estrada alternativa).
Depois de resistirmos à tentação de ficar com o João e a Cátia em Albufeira e fazer a viagem para casa no dia seguinte, arrancamos logo depois de almoço em direção a Alcacél do Sal. O vento foi o nosso pior inimigo nos primeiros 50 km e que tornou este regresso a casa uma aventura.
No dia seguinte acordamos bem cedo para podermos parar na Mealhada e comer o famoso Leitão da Bairrada.
A chegada a casa 😃
Esperamos ter transparecido o quão preenchidos e de alma lavada chegamos a casa.
Simplesmente adoramos.
A nossa primeira viagem foi um sucesso !
2 comments
Muito Bom !!!
ResponderEliminarAté me apeteceu comprar uma moto:)
ResponderEliminarQue venham mais memórias para colecionar.